Terapia Vidas Passadas

Ao iniciar o meu percurso no campo espiritual, existia uma atracção profunda pelo tema - Vidas Passadas! 

Sempre acreditei que algo existia para além do que os nossos olhos físicos alcançam. 
Acredito que antes de realizarmos qualquer trabalho profundo, no sentido das Vidas Passadas, devemos sempre percorrer esta vida e identificar possíveis causas nos bloqueios e traumas. Na maior parte das vezes a nossa mente pode pregar-nos partidas e simplesmente convencer-nos  que determinada situação só pode ter origem num tempo fora deste tempo.
Ao longo da minha experiência na realização de regressões, ou TVP, percebi e aprendi que antes de chegarmos ao que se pode chamar uma experiência noutra vida, muito ainda temos para percorrer nesta.
É muito mais fácil associarmos a origem de um problema a uma vida passada do que encarar a dura realidade existente neste tempo real, já pensou nisso?
Leia a história que se segue...

Uma fobia já aceite ao longo da vida
Uma senhora procurou-me queixando-se da insegurança do marido e na forma como este a tratava. Para ele, a mulher era para estar em casa apenas. Ao longo de muitos anos de casamento, esta senhora viveu numa espécie de cláusura camuflada. Não podia sair com as amigas, e era constantemente controlada pelo marido. Ao saber da minha existência, e pela proximidade na residência (ainda eu estava em minha casa a trabalhar), esta senhora começou a ir às minhas consultas e rapidamente se apercebeu que todo o poder que o marido tinha sobre ela, era ela mesmo que lho dava! Percebeu também que, ele precisava de compreensão, muito carinho e amor, coisa que já não acontecia pela revolta interna que ela sentia cada vez que estava na sua presença. Pouco a pouco ela foi ganhando coragem e em cerca de mês e meio libertou-se por completo, tornando-se autónoma e dona da sua vontade.

Apesar de já ter o seu problema inicial resolvido, esta senhora continuou a frequentar as consultas e tratamentos, porque se sentia muito bem e de alguma forma preferia garantir que nunca mais retornaria à situação em que se encontrava.

Com o passar do tempo, com os exercícios que lhe recomendava, esta senhora desenvolveu facilmente uma capacidade de aceder a registos e memórias quase de uma forma espontânea. Um dia, num tratamento, direcionava esta senhora para próximo de um lago, (através de indução e relaxamento profundo), quando percebi que fazia alguma resistência à água. Apesar de insistir, ela reagiu fisicamente estremecendo e chorando.

Quando estou em tratamento, entro em conexão com o coração e a alma da pessoa. Tento de alguma forma perceber o que se passa dentro da pessoa. No momento em que a senhora reagiu, eu visualizei um buraco escuro e profundo, e uma emoção envolvida de medo e quase sufoco. Percebi que existia medo ligado à água, e que a origem do mesmo tinha a ver com um 'buraco escuro'!

No tratamento seguinte, após o relaxameto inicial, direciono a senhora descrevendo o buraco que estava visualizando, ao que ela reage: 'Estou à beira de um poço...(chora)...tenho medo, e estou atada pela cintura...uma senhora com cabeça encoberta colocou-me de castigo...vou cair...'

A partir deste momento, induzo a senhora em relaxamento, permitindo que ela possa observar o que vai acontecer a seguir e estabelecer todas as ligações possíveis. Ela entendeu que tinha caído num poço, e quase se afogava. De uma forma tranquila ela estabeleceu ligações e voltando ao tempo real, decreveu-me o seguinte: 'Joaquim, quando era pequena, estava num colégio de freiras, e por castigo costumavam colocar-me, a mim e a todas as meninas que elas achavam, à beira do poço atadas pela cintura. Agora eu entendo de onde vem o medo terrível da água! Durante quase 50 anos nunca soube o que era um banho no mar, pois sempre senti pavor...a água nunca passou dos tornozelos!!'

Esta senhora resolveu o seu problema relacionado com a água - uma semana depois ligou-me muito feliz, dizendo que tinha conseguido tomar banho no mar!

O que começou por uma terapia relacionado com a vida de um casal, terminou com a resolução de um bloqueio que esta senhora até já lidava quase normalmente, pelo hábito!

Muitas vezes as pessoas procuram-me para realizar TVP's, e sinto uma certa desilusão por parte do paciente quando lhe falo na necessidade de um trabalho ligado a esta vida em primeiro lugar. Acredito que todos nascemos com um único objectivo - aprender a superar-nos a nós mesmos, ou a tornar-nos aprendizes de nós mesmos - tudo o que criamos, temos capacidade de resolver, independentemente de se tratar de algo desta ou de outra vida. O que quero dizer é que, ao procurar Psicoterapia da Alma ou TVP vai encontrar um trabalho sóbrio e tranquilo, onde poderá trabalhar e desenvolver condições para a criação da:
- capacidade em centrar-se em si mesmo;
- capacidade em amar-se por inteiro;
- capacidade em trabalhar o perdão;
- capacidade em aceitar e resolver assuntos relacionados com os seus pais e infância;
- capacidade em construir alicerces de segurança;
- capacidade em aceder às suas ligações mais profundas com o seu Eu Superior
- capacidade em aceder a memórias e registos de outras vidas;
- e muito mais!

Como é óbvio, tudo dependerá do seu processo individual e na forma como se entrega ao trabalho e ao compromisso consigo mesmo!
Após um trabalho seguro, consciente e sóbrio, o paciente desenvolve condições para realizar então a TVP, ou aceder a registos de outras vidas.

» Podemos provar que temos acesso a uma vida passada?

Não! A única forma de percebermos alguma ligação à verdade é a forma como sentimos o momento em que realizamos a TVP. Mas isso apenas o paciente poderá verificar nele mesmo.

Acredito que como terapeuta e sensitivo, consigo entrar em conexão com o paciente, ao ponto de muitas vezes acompanhar verdadeiramente a visualização durante o exercício.
Um dia, estava eu num tratamento, e a senhora refere: '...estou a ver uma carruagem...tem um senhor dentro...apetece-me entrar', entretanto eu observo uma carruagem e por baixo das pernas do coxeiro (quem tem as rédeas do cavalo), aparece-me uma data - 1845. Eu peço à senhora que identifique na carruagem algo relacionado com data. A senhora volta a sair da carruagem e refere: '... não vejo nada...', eu peço para procurar melhor...tranquilamente, e após un breves segundos refere '...vejo uns números '....1....8....4....5'. Quando a senhora referiu a data que eu tinha visto, sinto um arrepio que me percorre o corpo todo e senti esta mensagem interior 'estamos em plena conexão, perfeito!'.

Após este exercício eu ainda posso colocar a hipotese - se eu tenho a capacidade de entrar no universo do paciente, será que ele não poderá fazer o mesmo? Levando-me à conclusão que o que realmente importa na terapia é a confiança e a compreensão que tudo o que nos impede de algo, é apenas um determinado registo guardado. Um registo que nunca poderá ser o mesmo de uma situação actual, pois éramos diferentes e estávamos em alturas diferentes.
Acredito que encontramos a paz quando percebermos que afinal não podemos provar nada, nem mesmo a nós mesmos!!!

É muito fácil dizer a alguém que pode ter sido uma guerreira, ou uma rainha numa outra vida. É muito mais fácil, nós como pacientes, criarmos todas essas ligações, pois na verdade faz parte do sonho e ideal da mairo parte do ser humanno. Aprendi com isto que apenas se atinge a cura, quando o caminho é realizado completamente pela pessoa, através da desmistificação e da criação de capacidades em aceitar o que faz parte dela.

Grato pelo que Sou e pelo que És!
Namasté
JC

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